quinta-feira, junho 25

Corpo das minhas palavras...

Todas as noites ao fechar os olhos penso-te sozinha neste quarto, onde todas as noites és sonhado, como se de um jardim imaginário, perfumado de aromas, lugar sagrado. Hoje sou canto, voz de poeta, musica perfeita que em teus sentidos agita. Esta noite, rasgo o silêncio, conquisto-te com mil palavras, apagando as sombras que se escondem detrás de ti.
És corpo das minhas palavras, bafo nos meus textos, livro vasto onde te descrevo. Dás-me alento como se de oxigénio se tratasse, és brilho de estrela, chama do meu sol. Cobres o teu corpo de silêncio, nu que aqueço em mim, imagem delineada do teu corpo, ou simples saudade que as palavras descrevem! Distância que te trás para perto, lugar meu onde a saudade se propaga pelo universo. És o livro que a cada dia escrevo, atulho de palavras e sentidos (vividos), adormeço a escrever-te, como se fosse meu corpo teu. É luz, o teu sentir, delicado esse teu espírito que esvoaça na minha mente.
Hoje quero-te, não em palavras mas num abraço, apertado.

terça-feira, junho 16

Destino

Só caminho, lentamente, sobre cada página, sentindo-me com o corpo cansado, a alma esta tenta conduzir-me. Procuro no escuro, a luz de um dia qualquer, desejo que a noite chegue e que traga a Lua que teima em se esconder. Demorado é cada segundo que carrega o tempo atrás de mim, como se de uma corrente pesada que me arrasta e me prende, lacerando-me o corpo, despedaçando-me o espírito como um tormento.
Entre o nevoeiro, descubro-me, vejo a minha sombra na face brilhante da lua, imagino o que está para lá do universo, tento adivinhar o que estará por vir. Inclino-me sobre as palavras, tentando perceber o sinal que fica quando caminho, em cada passo meu neste vazio…
Quero adivinhar por entre as pedras o caminho… Quero contornar os obstáculos as dificuldades que o destino me coloca, de forma a não encalhar, não magoar. Afasto, todas as pedras afiadas, não quero desistir desta caminhada, quero muito continuar, mas terei eu força suficiente para avançar?
Entrego a esperança entre mãos, ao destino, deixando que o futuro chegue sozinho, deixo a alma esperar, na beira do caminho, vem… espero por ti.


quarta-feira, junho 10

10...

Esperarei todas as noites, e todos os dias, contemplando esta rosa, sabendo que existes em mim, como ela existiu um dia num jardim, onde tu caminhas na beleza dos meus dias, e repousas no brilho das minhas noites… Deixo o tempo passar, reduzindo as horas a segundos para que possa aguentar a saudade de ti.

Invento um perfume, entre essências de vida, quero recriar uma fórmula mágica que me leve de novo de corpo e alma para o teu mundo, este perfume quero que espalhe o gosto da tua pele, qual pétala desta rosa que me ofereces-te à saída de um Centro Comercial qualquer. O teu corpo agora distante, envia-me, a cada segundo o pulsar do teu coração, a tua alma, dentro da minha, trespassa as letras que te emprestei um dia para me escreveres, descrevendo os sentimentos que embrulhas-te com a seda do teu pensamento.
A ausência deixa-me a alma escura, mas tenho esperança de que o regresso seja apenas questão de um segundo, dá-me força necessária para fazer germinar nos meus sentidos as palavras que me alimentam, na distância…

É com letras que te escrevo dia a dia, religiosamente, guardo o que sinto por ti nestas palavras que entrego só a ti…

terça-feira, junho 2

Em mim um pedaço de ti...

Deixo-te, na fragrância do meu corpo que só tu podes possuir. Consigo separar as medidas e deixo o corpo cair na realidade.
A alma, esta imortaliza-se absorvendo cada momento de ti. Vou pedir-te por uma última vez, fica dentro de mim, porque fomos e somos muito mais que um pequeno segundo, porque o meu amor por ti é vivido muito para lá das estrelas, porque não posso, não consigo viver sem um "nós".
A noite, esta fez uma pausa, uma paragem no tempo, para deixar as minhas palavras ficarem no silêncio dos dedos que só escrevem para ti. Regressarás? Tento perceber se ficaste, aqui, exactamente onde te encontro, ou, se decidiste partir de vez… Será justo pedir para ficares, para te poder abraçar, para te beijar, com o sabor dos sentidos que se propagam muito para além dos nossos corpos, onde nada mais consegue existir?
Fica... eu espero-te... porque já espero por ti há uma eternidade...

Esta é a essência do que tu e eu somos feitos… é nosso… é magico.

segunda-feira, junho 1

Essência

Voo perdida, sem norte, sem sul procuro o caminho, voo por ruas e becos, olho procuro-te em cada rosto que se cruza por mim, em cada alma que passa. Quantas vezes o meu coração se sentiu rasgado pela faca da desilusão, partido, como se de vidro fosse feito. Quantas vezes a minha alma ficou vazia, coberta com fotos de uma memória que trazia, de um passado distante onde tu eras presença inalterável. No inicio desta caminhada, pensei ser fácil encontrar-te, mas o tempo foi cruel para comigo e tentou apagar a lembrança, e a minha vida tentou ocultar por detrás de outros rostos sem alma mas, todos aqueles que ofegaram contra mim, esqueceram-se que a minha alma levava gravado o perfume da tua essência. Sabes, posso ser diversas coisas, mas a essência daquilo que na realidade somos, a substância inicial, nunca se perde, nunca se transforma, permanece eternamente escrita na nossa alma, tal como o que sinto por ti e o que significas para mim. Por isso estou aqui, e tu também estás aí, frente a frente, olhando para o fundo dos meus olhos, continuando a procurar pela essência de mim...