quarta-feira, novembro 25

Refúgio...

Visito o mar no silêncio da tarde, súplica firme do teu silêncio que me leva a querer ficar aqui no limite destes dois mundos, recordo os sentimentos que no passado fustigaram a minha alma. O sol ergue-se espelhando a luz da lua que repousa já para lá do horizonte, o sol retalha com o calor e o brilho, o azul do oceano vasto que se alastra até onde o meu olhar consegue alcançar. O bater das ondas nas lajes da margem é o único som que consigo entender, a brisa do mar devasta-me o corpo, e silencia-me a alma. O meu olhar afastado, poisa no cintilar vasto que paira no horizonte, revejo momentos meus já passados, sinto um ar intenso de metade de mim que flutua no tempo. É aqui, que a minha alma se sente mais próxima da sua essência, é aqui que me sinto mais completa, sabendo que também tu me sentes aqui.
Neste encontro secreto onde eu estou, onde tu estás … onde continuamos sós… unicamente as almas estão unidas, os corpos aguentam-se na distância continuando à espera de um futuro que nos faça voltar ao passado.

quinta-feira, novembro 19

amar é...


Amar é só…
Amar!


É banal
Todos amam
Mas o meu amor por ti
é diferente,
amo-te… amando-te
Docemente, afastada
amando-te muito.


(Estas palavras podem não dizer nada, mas foram ditas para ti, espero de alguma forma que também sejam recordadas, estão aqui para te lembrar... com todo o meu amor.

sábado, novembro 7

A cada segundo...

Espero pelo tempo que passa lentamente, suporto com dor a dura realidade, percebo que a cada segundo martela na minha alma a dor que a vida me impõe deixando-me o corpo preso. A prisão do dia-a-dia arrasta-se a meus pés pede-me para ficar, para assim me massacrar o corpo. Cansada a alma à muito que perdeu asas, entreguei-as, devolvi-as para não mais ver as ilusões dos sonhos de que me alimentava.
Quero devolver o corpo qual fato alugado em noite de festa, mas ninguém o aceita. Quero partir, quero comprar um bilhete só de ida, e não mais voltar… mas a realidade recusa-me a alegria de poder voar para lá do horizonte, nega-me a paz que o corpo chama, nega-me tudo porque afinal apenas mereço o nada.
O tempo detêm-se a cada minuto para me lembrar que tenho de senti-lo passar, na alma a dor que provoca cada paragem entre os segundos que passam, o corpo fractura-se deixando-me dobrada sobre o fardo da realidade.
Deixei de sonhar, apenas porque deixei de dormir e a alma esgota-se ao perceber que este não é mais o meu mundo.

quarta-feira, novembro 4

Lágrima de Silêncio...

Lágrimas de silêncio congeladas
Escorrem até aos meus lábios.

Saboreio-as como quem prova
O sabor do mar
Mar que mostro em gotas
De silêncio de não mais te tocar.

De tanto beber destas gotas
Vou afogando-me nesse mar
Morro assim no silêncio
De não mais os teus lábios beijar.

Triste silêncio
Das tuas mãos não poder tocar
Oiço o que resta de ti…
Um nada… Um lacrimejar.