quinta-feira, setembro 24

A rosa que um dia me deste...

Serei palavra morta, destituída, vazia que se perde entre frases?
Serei texto sem criador, obra despojada de senso?
Sou um nada, feita de muitas coisas, sou um pouco de tudo, de todos.

Letras submersas num oceano de verbos, sozinha na constante procura do que não encontro.

Cruzei-me contigo um dia, num recanto de um sonho, numa parte esquecida do Universo. Sentia-me como uma alma desprovida de corpo, como que um corpo vazio de alma, tu surges como se fosses o meu refugio. E num olhar que se cruzou, na força dos sentidos, instalei-me em teu peito e tu… tu abraçaste-me.
Acolheste-me em ti como uma boca sedenta, recebe a água fresca. Abriguei-me no teu corpo, no teu calor, como um mendigo que ganha um agasalho em pleno inverno. Agora tu és o corpo despido, e eu?
A manta que te cobre a pele, transportando nas mãos a rosa que um dia me deste.

quarta-feira, setembro 9

Tatuagem...

Como conseguir tatuar em mim momentos e palavras que um dia me disseste? Gostava de guardar na pele para poder mostrar a todos essa felicidade e esse amor que um dia colocas-te na minha alma. Mas será que o que sinto de tão meu alcançaria outra dimensão só por estar em forma de tatuagem?
Não acredito...

Tu és a minha tatuagem, embutida em mim em forma de imagem escondida que vai mudando com a lenta transformação do meu corpo, com o fomento do meu ser, porque afinal, tu também mudas ao meu pequeno sinal de mudança.
Eu e tu já somos uma história, uma vida em duas vidas fazendo com que seja o tempo a moldar em nós a nossa tatuagem.

sexta-feira, setembro 4

Silêncio Perfeito...












Perfeito,
A tua pele contra a minha
A nossa música que a recordação
Ceifa dentro de mim.
Tens na tua boca palavras soltas
Nos meus cabelos os teus dedos
Nos meus olhos, o teu olhar.
Sinto o bater do teu coração
Nos meus ouvidos,
Como o som de um poema
Que me ofereces sem saberes, e que,
Neste silêncio perfeito, existes só para mim.