Serei texto sem criador, obra despojada de senso?
Sou um nada, feita de muitas coisas, sou um pouco de tudo, de todos.
Letras submersas num oceano de verbos, sozinha na constante procura do que não encontro.
Cruzei-me contigo um dia, num recanto de um sonho, numa parte esquecida do Universo. Sentia-me como uma alma desprovida de corpo, como que um corpo vazio de alma, tu surges como se fosses o meu refugio. E num olhar que se cruzou, na força dos sentidos, instalei-me em teu peito e tu… tu abraçaste-me.
Acolheste-me em ti como uma boca sedenta, recebe a água fresca. Abriguei-me no teu corpo, no teu calor, como um mendigo que ganha um agasalho em pleno inverno. Agora tu és o corpo despido, e eu?
A manta que te cobre a pele, transportando nas mãos a rosa que um dia me deste.