sexta-feira, setembro 24

amor (des)ordenado


amor porque continuamos nós a levar a cabo uma relação louca como a nossa? feita de ventos que mudam ao mais simples sopro, onde o amor e o ódio não se aguentam nem por nada, onde estes se cruzam num vai e vem desnorteado. os dois conseguimos atormentar a ausência que fica despida e indiferente sentimentalmente, somos como uma peça de teatro aborrecida que não se aguenta cheia de cenas falhadas e personagens repetidas que se repetem cena após cena. camuflamos os sorrisos, as lágrimas, as palavras e principalmente os silêncios. não nos entendemos, nem tu compreendes o que te deixo nos intervalos das palavras que te escrevo. gosto quando me ligas e me dizes “ não me digas nada que não vale a pena”, mas tu sabes porque acontece… é pelo facto de não suportar toda a distância que nos separa. não te desarmes de mim, pois não te quero saber de cor como quem decora a tabuada, transmite-me antes a sabedoria do teu ser. estou cansada deste puxa e empurra, destas brincadeiras de criança a ver quem cai primeiro no jogo do elástico onde já vezes sem conta os meus joelhos esmigalhados fizeram do chão o seu lugar preferido. continuo então este feio diálogo em que transformo o nosso amor, não te magoes amor meu, porque este amor para lá do nosso sentido é daqueles que viverá para sempre.