quinta-feira, dezembro 2

um sentir vazio...

a noite chega e com ela os seus tormentos. começo por sentir a solidão das paredes e o vazio do meu coração a apertar-me. o pior da solidão é que mesmo rodeada por uma multidão de gente é só que me sinto. é estranho como se pode estar absorvida numa conversa, a sorrir e sentir-se ao mesmo tempo tão distante e sozinha. por vezes, sinto-me um embrulho, uma garrafa vazia a quem foi retirado o seu melhor. por vezes, sinto que sou apenas uma marioneta guiada por mãos invisíveis, um robô que executa tarefas todas elas programadas. sinto-me literalmente vazia. um vazio que à muito deixou de doer mas que incomoda que corrói a cada dia que passa. sinto o eco do meu coração a apelar à vida e à paixão…. mas o vazio continua. viver assim é como viver num sonho inconsciente.
sou uma máquina descontrolada, que avança devagar e que não quer ser manobrada. este sentir queima-me destrói-me. quero acordar para a vida, para o amor, para o dia-a-dia. mas é difícil. ás vezes penso que vou enlouquecer. estou farta que me digam o que devo sentir, como e quando, que me digam que devo sorrir e que me acusem de não chorar em certas circunstâncias.
olho para mim ao espelho e vejo duas faces uma metade morreu e a outra metade chora a que partiu. mas ambas continuam a sorrir e a manter a aparência.
sinto o meu corpo mutilado, este silêncio dentro de mim, a ausência e o peso dos dias que passam.

1 comentário:

Braulio Pereira disse...

olá Fátima

belas palavras tristes

mas é teu sentimento.


beijos!!!